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Exercícios devem vir antes do controle de colesterol e pressão, diz nova diretriz

Associação Americana recomenda prioridade à atividade física para cardiopatas

Cirurgia em alguma artéria, medicamentos e, se der, uma caminhada. Este é o tratamento receitado à maioria das pessoas que sofrem de alguma cardiopatia. Mas uma nova diretriz divulgada no último mês pela Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês) aspira mudar esse cenário, trazendo para a linha de frente, pela primeira vez, uma terapia que priorize a atividade física para tratar pacientes com problemas cardiovasculares. Na prática, isso significa que os exercícios devem vir antes mesmo do controle da pressão arterial, do colesterol e do nível de glicose no sangue, por exemplo. E não se trata apenas de atividade aeróbica, mas também de outros três importantes pilares: força, equilíbrio e cognição.

O documento de 25 páginas divulgado pela AHA evidencia como a capacidade funcional cai rapidamente durante a velhice, e o declínio é ainda mais acelerado quando o idoso tem doença cardiovascular — resultado da enfermidade, mas também dos muitos remédios que a pessoa passa a tomar e das costumeiras hospitalizações. A nova diretriz destaca que apenas o exercício regular é capaz de frear esse declínio, aumentando a qualidade de vida das pessoas mais velhas. Isso acontece porque, com o treinamento, elas adquirem mais força e equilíbrio, o que aumenta a mobilidade e diminui o risco de quedas, que muitas vezes causam complicações que levam o idoso à morte.

Além disso, a prática de exercícios estimula o corpo a produzir novos vasos sanguíneos, trunfo poderoso para evitar infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

— É preciso receitar exercícios e só depois passar remédios — ressalta o cardiologista Claudio Gil Araújo, um dos maiores especialistas em medicina do exercício do país. — A medicação vai se fazer presente, porque em vários casos ela é mesmo necessária, mas como coadjuvante. Não é o remédio para o colesterol que vai fazer o indivíduo se sentir melhor depois de um infarto. É o exercício que consegue isso.

Cada idoso estará mais apto a fazer determinados tipos de atividades, dependendo do que ele já fez na vida e de qual é o seu condicionamento físico atual, mas o cardiologista garante que mesmo aos 80 ou 90 anos é possível começar a praticar algum exercício.

— Nunca é tarde para começar. Na realidade, quanto mais sedentário e debilitado o individuo é, mais chance de ganho ele tem, porque o pouco que ele conseguir fazer a mais já será um grande avanço e o ajudará a viver por mais anos. Costumo brincar que o difícil é fazer o Usain Bolt correr mais rápido — diverte-se Araújo.

Fonte: Jornal O Globo

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