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Educação alimentar para a família

Hoje, 16 de outubro, é o Dia Mundial da Alimentação. Por isso, trazemos uma entrevista exclusiva com a nutricionista Mariana Brito. Ela é especialista em nutrição materno infantil, mestre e doutoranda em saúde da criança e do adolescentes pela UFRGS. Autora dos livros "Jogos de Ensinar" e "Receitas Mágicas para Crianças Espertas", nos fala sobre a importância da educação alimentar. Confira:

- Sabemos que a educação alimentar começa em casa. É possível ensinar uma criança a se alimentar bem se os pais não possuem uma dieta equilibrada?

Os pais devem ser o maior exemplo para a criança, inclusive no que diz respeito à alimentação. São eles que decidem o que será comprado e preparado em casa. Por isso, a criança seguirá seus hábitos. Não existe comida de criança e comida de adulto, exceto no período das papinhas. Após essa fase, a criança deverá comer a comida da família. Assim, o exemplo vale mais do que o discurso.

- Quais as principais estratégias para realizar esta educação alimentar? Em que premissas ela se baseia?

Costumo dizer que a educação alimentar deve começar já na gestação. A chegada de um filho é um ótimo estímulo para a mudança de hábitos alimentares. Dessa forma, a criança já será inserida em um ambiente adequado, no qual a alimentação saudável é um hábito. De fato, este tipo de alimentação precisa ser incorporado à rotina, pois ele não acontece de uma hora para outra.

O primeiro passo para concretizar esta alimentação saudável é aprender a fazer escolhas. As pessoas não precisam focar em nutrientes ou calorias, mas sim no tipo de alimento que estão consumindo. Devemos evitar alimentos muito industrializados, que, em geral, recebem muitos aditivos e conservantes com o objetivo de melhorar seu sabor e durabilidade. A base da alimentação deve ser alimentos in natura e preparações caseiras, que vão desde a fruta, o leite e o pão consumidos no café da manhã, até a comida do almoço e jantar. Um dos segredos para se alimentar bem é preparar sua própria comida.

Atualmente, é comum o uso do termo “comida de verdade”. Ele traz justamente a ideia de preparações caseiras, com ingredientes de qualidade e sem adição de componentes químicos. E, particularmente em relação aos produtos direcionados a crianças, estes costumam ser altamente industrializados e pobres em nutrientes. Por isso, um bom prato de comida caseira sempre será a melhor opção.

- E como lidar com a alimentação da criança fora de casa? Quais as dicas para que ela leve a "boa" educação alimentar para todos os seus momentos de vida (dentro do colégio, em festinhas com os colegas)? Como estimular os lanches saudáveis?

A criança que for estimulada a comer frutas e verduras de forma rotineira certamente seguirá esse hábito nos momentos em que estiver longe dos pais. Assim, as famílias devem oportunizar o contato frequente com diversos tipos de alimentos e de forma atrativa. Em relação aos lanches, eles merecem atenção especial, uma vez que são consumidos diariamente. É importante incluir preparações caseiras como bolinhos, sanduíches, palitinho de frutas, chips de legumes, e, no caso de alimentos comprados prontos, priorizar as versões integrais, sem gorduras trans, sem excesso de sódio e açúcar.

É importante salientar que, dentro do contexto de uma alimentação saudável, também pode haver espaço para o consumo eventual de alimentos menos adequados como os doces e guloseimas. A proibição do consumo destes alimentos pode aumentar o interesse da criança em ingeri-los. Por isso, os pais devem determinar a frequência e a quantidade a ser ofertada. Esse tipo de consumo deve ser exceção e não regra.

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