Go low, go slow na fibromialgia
Os exercícios são parte importante do tratamento na fibromialgia. E eles devem ser conduzidos dentro da filosofia “Go low, go slow”. Saiba o que é isso na entrevista exclusiva que fizemos com João Marcos Rizzo, Médico da Clínica de Dor do Hospital Moinhos de Vento:
1. Muitas vezes, quem tem fibromialgia acaba fugindo do exercício físico. Isso é correto ou a pessoa deveria manter sua prática de atividade física?
A fuga se deve, além do quadro de dor crônica generalizada, à fadiga crônica e à melancolia que acompanham a síndrome. Motivação e início lento da carga de exercícios são fundamentais! De fato, os exercícios (do modo constante) são parte importante do tratamento, e a equipe interdisciplinar que atende o paciente deve incentivar a atividade o tempo todo!
2. Quais os cuidados para a prática de atividade física para quem tem fibromialgia? Qual o benefício para este paciente em realizar a atividade com orientação do profissional de educação física?
Creio que o cuidado maior seja o de iniciar lentamente e buscar o maior grau de relaxamento possível. Atividades aeróbicas são a pedra fundamental da atividade física do fibromiálgico. O exercício orientado por um profissional irá motivar, prevenir lesões em um paciente com muitas contraturas musculares crônicas e, muitas vezes, fidelizar o paciente ao exercício correto!
3. Qual o tipo de exercício mais indicado para quem tem fibromialgia a fim de diminuir a intensidade das dores e a sensação de cansaço?
Sem dúvida, o mais indicado é o exercício aeróbico! Antes de iniciar exercícios de força, é importante distensionar o paciente; relaxar mais do que alongar. Com o emprego gradual de novas modalidades e de novas quantidades de exercício, a "fuga" do paciente fibromiálgico será menos provável.
Uma boa prática no manejo da síndrome fibromiálgica é o "GO LOW, GO SLOW", ou seja, iniciar sempre devagar e em baixa quantidade/intensidade – seja com os medicamentos, informações ou com os exercícios.