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Crianças ativas têm a função pulmonar fortalecida na vida adulta

Pesquisa revela ainda que quem pratica exercícios físicos desde cedo ficam menos suscetíveis a doenças respiratórias, reforçando a importância de se manter em movimento

Estar em boa forma física desde a infância é requisito para a boa saúde no decorrer da vida, principalmente na velhice. É o que tem descoberto um grupo internacional de pesquisadores liderados por Bob Hancox, especialista em respiração da Universidade de Otago, na Nova Zelândia. Eles acompanham 2.406 pessoas há mais de 20 anos, desde crianças, e, num estudo publicado na última edição do European Respiratory Journal, mostram como meninos e meninas menos sedentários têm a função pulmonar melhorada no início da vida adulta. A condição, consequentemente, reduz o risco de surgimento de doenças respiratórias crônicas, incluindo a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), bastante debilitante e incidente em idosos. A pesquisa incluiu dois grupos de estudo: um na Dinamarca, com 1.369 crianças; e outro na Nova Zelândia, com 1.037. Os pesquisadores mediram a aptidão física e a função pulmonar em diversos estágios da vida dos participantes. No grupo da Dinamarca, aos 9, 15, 21 e 29 anos. No da Nova Zelândia, aos 15, 26, 32 e 38 anos. No teste dinamarquês, os participantes tiveram a aptidão aeróbica avaliada em uma bicicleta - tinham que pedalar até se sentir esgotados. A outra equipe usou a mesma atividade para testar a frequência cardíaca dos participantes. “Ambos seguiram um grupo normal de crianças até a vida adulta para estudar muitos aspectos de sua saúde e bem-estar”, resume Hancox.

Os resultados mostram que as não sedentárias tinham melhor função pulmonar e que, quanto mais essa aptidão era melhorada durante a infância, maior a capacidade dos pulmões na vida adulta. “Nós não sabemos por que a condição física e a função pulmonar estão ligadas, mas uma explicação pode ser que pessoas aptas tenham melhor força muscular respiratória e outras forças musculares”, diz o líder do estudo. Hancox diz que uma das possíveis explicações para a associação entre condição física e função pulmonar pode ser o fato que a inspiração e a expiração fortes e regulares durante a prática regular dos exercícios ajudem a reforçar os músculos respiratórios. A boa forma física também foi associada a baixo risco de asma, no estudo da Dinamarca. “Assim como está associada à boa saúde e ao baixo risco para doenças do coração”, complementa Hancox. Os estudos estão em andamento e, segundo o autor, eles serão mantidos pelo tempo que for possível, a fim de observar como esse processo se dá ao longo do envelhecimento. Independentemente das investigações futuras, Hancox ressalta que o que já foi constatado merece atenção. “O resultado proporciona um motivo para garantir que nossos filhos se encaixem e fiquem em forma. Os exercícios são bons para nosso corpo, e isso parece ser verdade também para nossos pulmões, bem como para outros aspectos da saúde”, explica. Coordenadora do Grupo de Pesquisas em Pneumologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Laura Belizário Lasmar explica que a função pulmonar cresce até os 20 anos, fica estabilizada até os 30 e começa a declinar lentamente. Maus hábitos ao longo da vida, como o tabagismo, e o contato com substâncias nocivas - gases tóxicos, por exemplo - tornam esse declive ainda mais acentuado. “Precisamos de músculos, são eles que executam os movimentos respiratórios. Além disso, não adianta ter bom condicionamento físico e fumar”, alerta (Leia saiba mais). A médica chama a atenção para o fato de o estudo considerar também crianças e jovens asmáticos. “Muitas vezes, eles são poupados por não conseguir correr ou brincar, faltando exatamente o condicionamento físico. Então, é preciso incentivá-los. No caso dessa doença, tendo bom condicionamento e realizando exercícios físicos a medicação pode até ser diminuída”, diz. Engajamento Ricardo Moreno, professor da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília (UnB), destaca outro ponto do trabalho. “Esse estudo tem achados originais e diferentes. Eles avaliaram a aptidão física das crianças, em vez de focar na atividade física em si. Assim, claramente, quem está mais engajado com atividades físicas tem uma aptidão melhor.” O professor acredita que um dos desafios para incentivar a prática de atividades físicas entre meninos e meninas é fazer com que elas sejam recreacionais. “As crianças requerem a questão lúdica, que as mantêm entretidas. É muito mais difícil para elas subir em uma esteira e fazer 40 minutos de caminhada, por exemplo”, explica. Lasmar acrescenta que, contanto que haja orientação, o exercício físico deve ser incentivado desde a fase de bebê.

Fonte: uai.com.br

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