A importância do exercício físico no tratamento do câncer de mama
- Gabriella Poisl
- 2 de out. de 2017
- 2 min de leitura
A correria da vida está fazendo com que as pessoas deem menos atenção às atividades físicas. A consequência disso está diretamente ligada ao aumento dos índices de casos de câncer. De acordo com levantamentos da Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% dos casos de tumores malignos estão relacionados ao estilo de vida, sendo o sedentarismo um dos principais protagonistas da estatística.
Reforçando isso, há uma pesquisa realizada recentemente pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). O estudo indica que a prática rotineira de exercícios pode reduzir o risco de desenvolvimento de 26 tipos de câncer, incluindo o de mama, neoplasia mais comum na população feminina brasileira. A estimativa é a de que serão registrados 60 mil novos casos da doença em 2017, correspondendo a 28% de todos os casos diagnosticados da condição.
Cabe destacar também que, mesmo após o diagnóstico de câncer de mama, os exercícios físicos exercem um papel preponderante para a saúde da mulher e para a evolução positiva do tratamento, como lembra o oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – grupo Oncoclínicas, Daniel Gimenes. “O incentivo à prática constante de atividades físicas e à ingestão de alimentos saudáveis surgem não apenas como iniciativas essenciais para frear os crescentes índices da doença, mas também para potencializar o processo de tratamento para mulheres com câncer de mama. Pesquisas científicas sugerem que indivíduos com esse perfil apresentam taxas de sobrevivência maior ao câncer cinco anos após o diagnóstico”, explica.
Conforme o oncologista, é importante oferecer à paciente a oportunidade de 150 minutos de atividade física semanal, ou seja, de 20 a 30 minutos por dia. “O movimento regular faz com que sejam eliminadas do sangue as moléculas de gordura, chamadas de lipídios, que servem como forma de alimento para as células tumorais. Isso significa que os exercícios dão suporte extra para que o corpo possa combater o inimigo, reduzindo as chances de crescimento”, garante Daniel.
Com mudanças leves na rotina e a adoção de atividades físicas simples, é possível obter melhora nos índices de resposta contra o tumor de mama. “A prática de movimentos também libera substâncias como a endorfina, hormônio responsável pela sensação de bem-estar, além de contribuir efetivamente para a redução das dores crônicas, fadiga, estresse e melhora no sono”, acrescenta o oncologista do CPO.
O especialista garante ainda que os benefícios oncológicos derivados da prática de exercícios podem contribuir para a redução do risco de reincidência da doença. “Ao colaborar para o controle e redução de peso, a paciente estará também reduzindo as chances de retorno do tumor, já que o sobrepeso e a obesidade são fatores que levam à maior chance de recidiva”, frisa Gimenes. Além disso, é importante lembrar que a atividade física pode proporcionar a melhora da autoestima da paciente. O especialista destaca, no entanto, que as atividades não funcionam como um substituto para medicamentos e, sim, como um aliado. “Consideramos os exercícios como um complemento dos tratamentos convencionais de quimioterapia, radioterapia etc. Afinal, todo movimento é benéfico ao corpo e cabe à equipe multidisciplinar envolvida nos cuidados com a paciente orientar sobre as opções adequadas, conforme as condições e histórico pessoal”, finaliza o especialista.
Fonte: TV Jornal







































































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