MISAF é uma educação para o movimento
- Gabriella Poisl
- 24 de jul. de 2018
- 3 min de leitura
– Qual a motivação do MISAF?
O MISAF surgiu por eu ter percebido a necessidade das pessoas de encontrar uma atividade física completa. Tudo começa pela parte física, mas se amplia até uma questão de engajamento, uma parte motivacional. No MISAF, nosso princípio é sempre levar em conta as individualidades biológicas. Por isso, temos que personalizar. E foi a partir desse entendimento que criei o MISAF, atendendo, de fato, às necessidades individuais de cada aluno.
– Mas essa questão da personalização está no discurso de muitos profissionais de educação física. De que forma o MISAF se diferencia?
Temos um diferencial de acompanhamento que é fundamental. Obviamente, há um planejamento de treino que muitos outros profissionais fazem. Mas, no MISAF, este planejamento é modificado, se necessário, a cada treino, sem perder o foco no plano proposto, atendendo, assim, à condição do aluno naquele dia. Realmente, há dias em que o aluno sentirá aquela “preguiça”. Mas, por saber que seu treino será adaptado para seu momento, ele não falta. Ele se sente motivado a vir, pois sua necessidade será atendida. O resultado dessa forma de trabalho: um engajamento de fato. E o feedback que tenho tido dos alunos – alguns que estão comigo há mais de dez anos – é o de que, mesmo nos dias mais difíceis, eles sentem a necessidade do movimento, que será feito da forma correta, adaptada às condições individuais em cada treino. Em síntese, sempre digo: “Mais do que personalizar, o MISAF entrega o individualizar”.
– Como é possível conhecer as condições de saúde e motivações de cada aluno?
Isso só é possível por meio de uma avaliação física completa. Sempre inicio a relação com o aluno por meio desta avaliação. Nela, além das medidas antropométricas e da avaliação postural, destaco o papel de uma boa anamnese, a fim de entender o histórico do aluno, o que ele está procurando, do que precisa e suas condições atuais. O segundo passo é interagir com os diversos profissionais de saúde conectados com este aluno – o médico clínico, o especialista, o médico da dor, o nutricionista, o terapeuta ligado à saúde mental/emocional. O trabalho em equipe multidisciplinar é fundamental para que eu consiga conhecer profundamente as condições de saúde e motivações de cada aluno. Somente assim podemos atingir o bem-estar e a qualidade de vida, nossos grandes objetivos.
- Você citou o médico da dor nesta equipe multidisciplinar. Muitas pessoas lidam com dores crônicas e, em função disso, acabam não se exercitando. Como o MISAF pode atender este público?
De fato, um dos pilares do MISAF é o diferencial terapêutico. Muitos alunos chegam aqui para trabalhar alguma questão específica de saúde, muitas vezes com dor. E, realmente, a dor é limitante.
Quando a pessoa está com dor, ela quer parar com tudo. Mas isso não deve acontecer necessariamente. Eu vejo o movimento como uma ferramenta de cura. Se bem indicado pela equipe multidisciplinar, que compreendeu as causas e as consequências da dor, o movimento promove o alívio. Nesse contexto, o movimento entra no momento e na dose certa, com a devida orientação. De fato, não se pode fazer “qualquer” movimento. Ele deve ser planejado e acompanhado, entendendo que cada treinamento é único. Por tudo isso é que afirmo que o MISAF promove uma atividade física terapêutica.
– E como esta atividade é executada?
Trabalhamos exercícios de resistência, força muscular, alongamento e mobilidade articular – esta última, em especial, com destaque. Também, ressalto a liberação miofascial como importante ferramenta durante os treinos.
Muitos chegam aqui sem saber o que seu corpo pode fazer, como se movimentar sem dor. Há uma pré concepção de que estão restritos a poucos movimentos. Não conhecem seus corpos, a finalidade de cada movimento.
Então, o MISAF entra com uma educação para o movimento, para que a pessoa possa se apropriar do seu corpo, conectando-se novamente a ele. Diante da rotina estressante, muitos se desconectam do corpo ou não sabem executar o movimento da melhor forma. Assim, quando iniciam no método MISAF, já sentem a diferença e os benefícios. Mesmo quem chega numa condição difícil, consegue se exercitar.
Por isso, reforço que usamos exercícios terapêuticos, realizados dentro da condição de cada aluno, de modo funcional, adaptados a cada momento. Mudamos desde o peso, a intensidade de borrachas; usamos bolas e exercícios feitos com a carga do próprio corpo, conectando-se ainda mais com ele.
Do mesmo modo, trabalhamos uma musculação “terapêutica”. Por meio dos aparelhos convencionais de musculação, realizamos a adaptação do peso. Além disso, adaptamos, especialmente, a postura no aparelho para alcançar a execução correta.







































































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