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Você já ouviu falar em canelite?

Vários fatores podem influenciar seu desenvolvimento, sendo eles decorrentes do treinamento físico ou inerentes ao indivíduo.

A canelite é um nome popular utilizado para nomear a Síndrome do Estresse Tibial Medial. Essa lesão corresponde a uma inflamação da tíbia (canela) no tecido que recobre o osso (periósteo) devido à contração excessiva ou inadequada da musculatura local causada por uma sobrecarga excessiva durante a prática de exercícios físicos, tendo como principal característica, uma forte dor local e com extensão de aproximadamente quatro centímetros. Logo, este tipo de lesão nos membros inferiores acaba sendo mais frequente em esportes com corridas, por isso acomete principalmente atletas (amadores ou profissionais).

Vários fatores podem influenciar seu desenvolvimento, sendo eles decorrentes do treinamento ou inerentes ao indivíduo. A prática de exercício sem acompanhamento de um profissional, nos leva a cometer erros relacionados ao volume excessivo, intensidade do treinamento, ausência de alongamentos e a execução da corrida em pisos como asfalto e pavimentos desnivelados que contribuem para o desenvolvimento da lesão. Não podemos esquecer que existem predisposições individuais, ou seja, condições do próprio corpo, como a forma de pisar e impulsionar, anormalidades das pernas, jeito de andar, históricos de lesões recorrentes, como também a densidade óssea que podem levar à canelite.

Como nesses casos temos lesões ósseas na tíbia, todas as repercussões de uma inflamação estarão presentes: rubor (vermelhidão), edema (inchaço) e dor na margem medial da perna. Inicialmente, a dor é de baixa intensidade, aparecendo apenas durante o exercício físico e aliviando com o repouso. Porém, com a evolução do quadro, a dor tende a se intensificar e afetar o desempenho do indivíduo, porque essa manifestação dificulta a marcha. Em casos mais graves, pode ocorrer uma fratura por estresse da tíbia, gerada pelo excesso de impacto.

O diagnóstico da Síndrome do Estresse Tibial é realizado principalmente com a investigação histórica do caso do indivíduo, com exames clínicos e de imagens. No relato do paciente encontra-se a queixa de dores com caráter difuso ao realizar o exercício físico, que se intensifica ao longo dessa atividade, levando muitas vezes à sua interrupção.

Quanto ao exame físico, realiza-se a palpação do local doloroso, percebendo algumas áreas mais intensas, principalmente nos terços medial e distal da tíbia. Por fim, o diagnóstico por imagem é realizado com maior qualidade através da Ressonância Magnética, que oferece melhores detalhes quanto à duração e extensão da possível lesão.

O tratamento é realizado por uma equipe multiprofissional, onde fisioterapeutas, profissionais de educação física e ortopedistas trabalharão com maior proximidade. O foco inicial do tratamento é combater os agentes inflamatórios e após o término desta fase, é importante o paciente procurar um profissional para que seja orientado quanto a sua postura, principalmente durante os exercícios físicos, pois o gestual esportivo errado é uma das principais causas do estresse tibial medial. O uso de palmilhas adequadas para o peso e biótipo de cada pessoa também é de extrema importância, pois ajudará na correção postural.

A prevenção é necessária para que se possa evitar futuras lesões osteomusculares devido ao excesso de treino e uso da musculatura. Em casos de excesso de treino em atletas que sofrem dessa patologia, é importante rever os padrões de atividades para que se possa adequar a uma menor carga de treino, com a finalidade de se prolongar o tempo sem os sintomas e lesões.

Outras observações importantes incluem:

- Evitar a realização de atividade física em superfície muito dura, devido ao forte impacto que pode piorar o quadro de dor muscular;

- Realizar alongamentos e aquecer a musculatura antes da realização de treinos e práticas efetivas;

- Se possível, procurar um profissional habilitado, antes de iniciar atividades de alto impacto, como a corrida, para que este indique um calçado ideal para o tipo de esporte praticado.

Referências:

1. Lima EF. Utilização da Crochetagem e da Quiropraxia como forma de Tratamento Fisioterapeutico em corredores de provas de rua portadores de Periostite ou Síndrome do estresse tibial medial (canelite).

2. Lucia A, Pinto DS. Incidência e fatores de risco de lesões osteomioarticulares em corredores: um estudo de coorte prospectivo. 2010; 453–62.

Fonte: www.isaudebahia.com.br

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