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Diferença entre o espasmo muscular e a câimbra

Na Copa do Mundo, jogadores vivenciaram situações que servem de alerta para os cuidados com a saúde de quem está fora dos gramados também. Uma delas foi a lesão que tirou o lateral-esquerdo da seleção brasileira Marcelo na partida contra a Sérvia: o espasmo muscular. O ortopedista, traumatologista e especialista em cirurgia da coluna, Thiago dos Santos, traz mais detalhes desta contração involuntária do músculo, geralmente acompanhada de dor.

Que áreas do corpo podem ter um espasmo muscular?

Na coluna vertebral, as áreas mais acometidas são a coluna lombar e cervical. Porém qualquer área em que existam grupos musculares podem sofrer contraturas.

Quais as principais causas desse espasmo? Colchão e estresse podem ser fatores?

Existem inúmeras causas. Traumas agudos, estiramentos musculares, fadiga por exercício, fadiga por trabalho exaustivo, movimentos inadequados, estresse físico e emocional, patologias que causam inflamações, fraturas, distúrbios minerais, entre outras. O colchão pode causar problemas se inadequado para seu peso (ou muito macio ou muito duro); é preciso escolher a densidade do colchão de acordo com seu peso. O estresse/tensão é uma das causas mais comuns de contraturas musculares, principalmente na região cervical.

O espasmo muscular é sempre doloroso ou há casos em que passa despercebido? E há casos em que a dor se prolonga por vários dias?

O espasmo muscular pode iniciar como um leve desconforto e evoluir para uma situação mais dolorosa e, de fato, prolongar-se por mais tempo dependendo da causa. Por exemplo: pacientes com alterações crônicas de desgaste na coluna e com sintomas recorrentes podem apresentar situações prolongadas, necessitando de tratamentos longos.

Como diferenciar um espasmo muscular de uma câimbra, por exemplo?

A câimbra também é uma contratura do músculo, porém rápida. Na maioria das vezes, não é grave, causada mais comumente por falta de água no músculo ou exercício físico intenso. O último por falta de oxigênio e acúmulo de ácido lático, e o primeiro por alteração de minerais. Repouso, alongamentos e reposição de água e eletrólitos (potássio, magnésio, cálcio etc) é suficiente para o alívio.

Que tipo de tratamento é feito para o espasmo?

O principal é identificar a causa e a partir daí se planeja o tratamento. De forma inicial, usamos medicamentos como anti-inflamatórios, miorrelaxantes e analgésicos. Pode se associar compressas quentes ou frias. Dependendo da origem, podemos lançar mão de fisioterapia, acupuntura, alongamentos e massagens, entre outras terapias.

Depois de tratado, o espasmo muscular pode retornar? No mesmo lugar?

O espasmo pode retornar sim. Em relação à coluna, sabemos que quem passou por uma crise tem mais chance de vivenciar nova crise na comparação com uma pessoa que nunca teve. Nesses casos, não basta tratarmos a situação; temos que criar condições de evitar novas crises. Para isso, são necessárias mudanças de hábitos, ergonomia no trabalho, diminuição do estresse, exercícios físicos. Temos que prevenir e promover o bem-estar.

O espasmo é mais comum em algum grupo específico de pessoas?

O espasmo, de forma geral, está mais presente em quem submete seu corpo a atividades repetitivas e pouco ergonômicas. Fatores de estresse físico e psicológico são importantes desencadeadores. Pacientes ativos e jovens estão mais sujeitos a essas condições.

Nesta fase, é preciso suspender a atividade física ou forçar o treinamento para melhorar?

Quando sintomático, é melhor tomar medidas para o alívio do espasmo. Logo após, retornar a sua rotina de exercícios. Forçar nunca é recomendado.

Fonte: Jornal NH

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