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Rigidez nos músculos versus flexibilidade

Qual seu nível de rigidez? A pergunta é da atleta de alta performance Fernanda Surian. Fernanda explica que muita gente confunde, no esporte e na vida, rigidez com consistência: “acreditamos, por inúmeros motivos, que se abrirmos mão de uma postura rígida, estaremos entregando menos do que precisamos, do que devemos. Essa necessidade vem, em maior grau, quando achamos que somos devedores da vida, que temos que buscar incansavelmente a aprovação do outro e do meio, e que, por isso, não podemos nos permitir errar”.

Mas rigidez é falta de flexibilidade. E Fernanda lembra: “Se até mesmo nosso cérebro se molda, amplia sua capacidade, se adequa às situações, imagine nosso corpo, nossa musculatura. Por que não exercitar a mesma maleabilidade com nossas atitudes?”. Para ela, medo de errar gera rigidez: “A flexibilidade, quando trabalhada em um âmbito mais amplo, nos traz a capacidade de ver mais de uma saída para cada problema ou situação. Podemos escolher errado, quando temos mais de uma opção? Claro. Mas, ainda assim, é no erro, muitas vezes, que mora o aprendizado. Às vezes me pego pensando que pessoas rígidas demais deviam voltar no tempo: todo mundo caiu muitas vezes antes de aprender a caminhar. Então, por que não se permitir errar ao aprender algo novo agora, na vida adulta?’.

Fernanda enumera algumas situações que podem acontecer com todo mundo:

  • Quantas vezes chegamos em um treino com o roteiro totalmente desenhado, mas algo sai do nosso controle e não conseguimos dar o nosso melhor?

  • Quantas vezes o seu tempo do dia está cronometrado, e você acaba se atrasando por causa de um colega de reunião?

  • Quantas vezes você tem uma lista de tarefas e seu dia muda totalmente, fora do seu controle.

A atleta lembra: “Essa é a vida. Ela muda a cada instante e achar que teremos total controle sobre algo é a fonte inesgotável de frustrações. A frustração acontece porque temos resistência, porque somos pouco flexíveis, porque não nos permitimos entrar no flow, seguir o ritmo que algumas coisas simplesmente vão ter. E tudo bem. Muitas das coisas que fazemos no dia a dia não dizem respeito somente a nós, então, acreditar que podemos controlar tudo é uma ilusão. Viver envolve outras pessoas, outras percepções. Quando somos muito rígidos, deixamos de aprender com os envolvidos, deixamos de ver como aprendizado e nos sentimos constantemente frustrados”, enfatiza.

Acreditamos que algo tem que ser de um determinado jeito para dar certo, mas existem muitos caminhos para algo dar certo. E, então, qual é a solução? Fernanda responde: “Não sei se existe uma solução que seja para todos, mas para mim, o que funciona é trabalhar com consistência, mas sem ser rígida sobre a forma como algo deve ser levado. Se nosso corpo é plástico e se desenvolve na capacidade de flexibilizar o estímulo, então podemos observar essa flexibilidade, essa plasticidade, e ampliar essa capacidade para tudo que nos acontece, seguir esse fluxo também no cotidiano das nossas ações e no modo como nos envolvemos com o que nos acontece”.

Fonte: vidasaudavel.gazetaesportiva.com

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